Muitas pessoas têm me perguntado se o ano de 2017 vai ser melhor que o ano de 2016. Bem, diversos economistas estão otimistas, dizendo que o pior da crise já passou. Ocorre que nas afirmações destes economistas, não fica claro o que acontecerá no curto prazo. A seguir, tentarei responder à dúvida que incomoda tantos empreendedores lojistas no momento – como será o varejo no próximo ano – afinal, para muitos, não há muito tempo para aguardar uma recuperação, decisões importantes precisam ser tomadas imediatamente.
Inicialmente, vamos fazer uma breve verificação das vendas no varejo. Segundo a Pesquisa Mensal do Comércio de agosto de 2016 realizada pelo IBGE, o volume de vendas este ano permaneceu em trajetória descendente desde maio. Contudo, se compararmos o volume atual com o dos últimos anos, poderemos observar uma queda considerável. Concluímos então que o volume de vendas ainda não demonstra sinal de retomada.
Para poder projetar o futuro das vendas no varejo, precisamos compreender o que move o varejo. Tentando simplificar, podemos afirmar que as vendas no varejo são movidas por: número de pessoas aptas a consumir (com renda), capacidade de gastar (rendimento médio) e a intenção de compra.
Para avaliar o número de pessoas aptas a consumir, iremos verificar a Taxa de Desocupação das Pessoas divulgada pelo IBGE:
Se consideramos que a velocidade da redução da Taxa de Desocupação será igual a velocidade com que aumentou no último ano e consideramos também que a Taxa ideal (aceitável neste primeiro momento) seria de 8%, podemos concluir que precisaremos de algo em torno de 1 ano e meio.
Para avaliar a capacidade de gastar das pessoas, iremos verificar o Rendimento Médio do Trabalho Principal efetivamente recebidos por mês divulgado pelo IBGE:
Aqui, podemos observar uma dificuldade de reposição da inflação, reduzindo a capacidade das pessoas gastarem, prejudicando diretamente a venda de produtos que não são de primeira necessidade.
Para avaliar a intenção de compra, iremos verificar o índice de Intenção de Compra das Famílias divulgado pela Confederação Nacional do Comércio:
Novamente, se consideramos que o índice ideal seria algo próximo ao início do ano de 2015 (100 pontos), que em setembro de 2016, o índice atingiu 72 pontos e que a velocidade da retomada será igual a velocidade da queda, podemos esperar pelo menos mais 1 ano.
Assim sendo, considerando que as vendas no varejo dependem da melhora destes 3 indicadores, penso que podemos esperar que as vendas não atinjam o volume ideal até o final da próxima estação, inverno de 2017. Logo, você empreendedor, principalmente que atua em segmentos que trabalham com produtos que não são de primeira necessidade, trabalhe com um cenário para o primeiro semestre de 2017 igual a 2016.
Para você lojista que está sob pressão do cronômetro para mudar o rumo de seu negócio, nos próximos dias, estarei escrevendo um novo artigo com as ações que entendo serem necessárias para passar por este momento.
Até breve,
Richeller Hetzel
Consultor de Varejo